Novembro de 2021
Centro Cultural Banco Do Brasil
Rua Primeiro De Março, 66
Rio De Janeiro
Até O 22 De Novembro
PA exposição “Brasilidade Pós-Modernismo” celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 por meio de traços, reminiscências e conquistas para chegarmos à essência da arte contemporânea brasileira apresentada nesta mostra com 51 artistas de diversas gerações, procedências geográficas e etnias.
Com curadoria de Tereza de Arruda, a exposição reúne obras inéditas e trabalhos emblemáticos de artistas como: Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Ernesto Neto, Ge Viana, Jaider Esbell, Rosana Paulino e Tunga, entre outros.
“Brasilidade Pós-Modernismo” está organizada em seis núcleos: Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia. A exposição apresenta pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias.
Em 1922, os modernistas buscavam a ruptura dos padrões eurocentristas na cultura brasileira. Hoje, os contemporâneos buscam a revisão da história como ponto de partida para um diálogo horizontal, enfatizando a diversidade, a visibilidade e a inclusão.
A temática da Liberdade reflete sobre os questionamentos remanescentes do colonialismo brasileiro (1530 a 1822), suas consequências e legado histórico. Os trabalhos de Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, José Rufino, Rosana Paulino, Farnese de Andrade, Tunga, Ge Viana e José De Quadros refletem essa ideia de liberdade.
O grupo da vanguarda modernista buscava o novo, o inovador, desconhecido, de ordem construtiva. Um exemplo de futuro construtor é Brasília: a capital foi concebida com uma ideia utópica e é considerada um dos maiores êxitos do Modernismo do Brasil.
Tendo Brasília como exemplo de utopia futurista, o núcleo Futuro reúne esboços e desenhos dos arquitetos Lina Bo Bardi, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, obra da artista Márcia Xavier, e registros captados pelo fotógrafo Joaquim Paiva e o cineasta Jorge Bodanzky.
As características e diferenças culturais e sociais do Brasil fazem com que a população brasileira não tenha uma única identidade. As obras de Alex Flemming, Berna Reale, Camila Soato, Fábio Baroli, Flávio Cerqueira, Glauco Rodrigues e Maxwell Alexandre no núcleo Identidade discutem essa questão.
Já a categoria Natureza apresenta o Brasil da pluralidade de biomas. A relação do ser humano com a natureza e a sustentabilidade estão presentes nas obras dos artistas Armarinhos Teixeira, Caetano Dias, Gisele Camargo, Luzia Simons, Marlene Almeida, Paulo Nazareth, Rosilene Ludovico e Rodrigo Braga.
A estética da arte brasileira foi um dos temas levantados pelos modernistas, principalmente após a criação do “Manifesto Antropófago”, publicado por Oswald de Andrade na Revista de Antropofagia de São Paulo, em 1928.
Segundo a curadora, Tereza de Arruda, a ideia proposta por Oswald era produzir uma estética artística brasileira a partir do que foi aprendido com os europeus. O núcleo Estética reúne trabalhos de Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Emmanuel Nassar, Mira Schendel e Nelson Leirner.
A Semana de Arte Moderna e o movimento modernista acreditavam que o português brasileiro haveria de ser cultuado e propagado como idioma nacional. A consequência disso são as poesias concretas, as poesias visuais e o apoderamento da arte escrita.
A escrita passa a ser um elemento visual, com abstração sonora. Os artistas André Azevedo, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Floriano Romano, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Rejane Cantoni e Shirley Paes Leme representam esse legado.